17/01/2024
Cenário do mercado imobiliário em 2024
A perspectiva para o mercado imobiliário em 2024 é mais positiva do que o cenário que se desenhava em 2023.
No início do ano passado, o país convivia com a pressão da inflação e dos juros altos, que impactam diretamente no poder de compra da população e no preço dos financiamentos.
Apesar disso, o mercado não foi mal. Segundo a Abrainc, o número de imóveis comercializados entre janeiro e setembro de 2023 foi 22% maior que no mesmo período do ano anterior.
Agora, o cenário é mais propício para um aquecimento do mercado imobiliário em 2024, por conta dos seguintes fatores:
Perspectiva de queda de juros
A taxa básica de juros (Selic) é a principal referência para o custo de empréstimos e financiamentos no país. De maneira geral, quando ela sobe, o dinheiro fica mais caro, o que acaba desestimulando a economia como um todo. No entanto, esse é um mecanismo para frear a inflação quando os preços estão subindo de maneira acelerada.
Como a pressão da inflação está diminuindo (em 2023, o IPCA ficou dentro da meta, após dois anos acima), o Banco Central vem baixando os juros e promete seguir nessa toada.
Isso acaba beneficiando o mercado imobiliário de duas maneiras:
- Estimulando a economia como um todo, o que aumenta a geração de emprego e renda;
- Possibilitando financiamentos imobiliários com condições menos restritivas e taxas de juros menores.
Melhora da economia como um todo
Além da queda dos juros, os dados e expectativas de melhora da economia como um todo também desenham um cenário promissor para o mercado imobiliário em 2024.
O desemprego medido pelo IBGE, por exemplo, ficou em 7,5% em novembro de 2023, menor cifra desde fevereiro de 2015.
Já as perspectivas de crescimento do PIB do ano passado estão em 3%, muito acima do que era esperado na virada do ano anterior.
Isso sem falar que a inflação fechou abaixo dos 5%, dentro da meta estabelecida, o que ajuda a preservar o poder de compra da população.
Nesse cenário, os brasileiros querem comprar mais imóveis. Segundo a consultoria Brain, 39% das pessoas possuem a intenção de adquirir uma propriedade no período de 24 meses no país.
Estímulo governamental
Soma-se ao cenário propício para o mercado imobiliário os estímulos do governo para que as famílias de baixa renda consigam adquirir seu imóvel próprio:
- Ampliação do Minha Casa Minha Vida, com aumento dos valores que se enquadram na principal faixa de subsídio;
- Aprovação de um orçamento de R$ 117 bilhões para que o FGTS financie moradias para famílias de baixa renda;
- Execução de programas que desestimulam o endividamento das famílias, como o Desenrola e a limitação dos juros cobrados no rotativo do cartão de crédito.
Riscos do mercado imobiliário em 2024
Apesar da perspectiva de aquecimento do mercado imobiliário, as condições econômicas também trazem riscos a depender do imóvel e dos objetivos de cada investidor.
Um financiamento mais barato e uma maior oferta de imóveis pode implicar, por exemplo, em uma redução da demanda por aluguel, o que poderia frear o retorno dos locadores, especialmente em caso de troca de contrato. Por outro lado, isso pode ser uma oportunidade para quem aluga.
Outra questão importante está relacionada ao custo de oportunidade do investimento. Quando os juros estão altos, ativos seguros, como títulos de renda fixa, pagam mais, o que muitas vezes cria competição com os imóveis, tradicionalmente negociados pode investidores mais conservadores e moderados.
Com a queda dos juros, pode haver uma maior demanda por compra para investimento e uma menor oferta dos proprietários que se desfazem para aplicar no mercado financeiro, por exemplo.
Outro possível risco é o de que, com o mercado mais aquecido, o preço dos imóveis também suba, já que os vendedores podem não se sentir pressionados para reduzir a pedida e, em tese, os compradores ganham mais poder de fogo com mais renda e maior oferta de crédito.
Att. Marcelo Daga G. de Araujo - corretor Personalitté
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